
INTRODUÇÃO
Criada pelo Decreto no 148 de 04 de agosto de 1997, está localizada no coração do Nordeste e abrange uma área de 1.063.000 hectares, sendo 47% no estado do Ceará (15 municípios), 36% no estado do Pernambuco ( 12 municípios ) e 17% no estado do Piauí ( 11 municípios ).
No Ceará abrange 15 municípios ( Missão velha, Abaiara, Brejo Santo, Porteira, Jardim, Jati, Penaforte, Barbalha, Crato, Nova Olinda, Santana do cariri, araripe, Potengi, Campos Sales e Salitre )
A área compreende quatro zonas fisiográficas e sócio-econômicas bem definidas, contendo 38 municípios:
· Topo da Chapada - exige cuidados especiais. A irrigação não constitui uma solução viável por várias razões. A técnica a ser adotada nesse espaço é “a lavoura seca”, com a eleição de culturas pouco exigentes ou adaptadas a escassez de água (mandioca, andu, caju, abacaxi, gegilim, urucum etc),.
·Zona de Escarpa - considerada por lei Área de Preservação Permanente – APP, comporta uma única exploração permitida: a apicultura.
·Pé da Serra - estão as nascentes e os minadouros, cacimbas, rios, riachos e boqueirões, propícios a construção de pequenos reservatórios de água. Em suas várzeas e baixos situam-se mais de 16 mil hectares de canaviais, com engenhos de rapadura, aguardente e uma usina de açúcar e álcool, além de arrozais. A região também é produtora de feijão e milho e estão também as maiores fazendas dedicadas à pecuária. Pelo seu clima, pelo potencial hídrico, proximidade dos centros consumidores e por sua malha rodoviária, a zona é também vocacionada para a horticultura e fruticultura.
·Sertão - constitui a zona menos úmida da APA e se extende para muito além de seus territórios. Sua vocação principal é para a pecuária, em especial ovinocaprino, pois esta zona suporta apenas culturas menos exigentes em água ou adaptadas às condições de semi-aridez.
Sua base maior estende-se sobre o platô da Chapada nos pontos convergentes dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Relativamente bem servida de estradas, a área da APA é cortada por duas rodovias federais e duas estaduais. Sua malha rodoviária inclui ainda uma série de estradas secundárias. A APA dista cerca de 700Km das principais capitais do Nordeste e pode ser alcançada por via aérea.
CLIMA
A APA da Chapada do Araripe possui um clima quente e semi-árido, com curta estação chuvosa no verão-outono, estando sob a ação das chuvas provenientes de deslocamento da Massa Equatorial-Norte. A precipitação média anual é de 698 mm no setor ocidental e 934 mm no setor oriental
VEGETAÇÃO
A APA apresenta 07 unidades fitoecológicas:
·Floresta Subperenifólia Tropical Pluvial-Nebular ( Matas úmidas, serranas )
·Floresta Subcaducifolia Tropical Pluvial ( Matas secas )
·Floresta Subcaducifólia Xeromorfa ( Cerradão )
·Floresta Caducifólia Espinhosa ( Caatinga arbórea )
·Floresta Ribeirinha ( Mata Ciliar )
·Carrasco
·Cerrado
RECURSOS HÍDRICOS
A chapada do Araripe sendo um divisor hidrográfico entre as bacias do Jaguaribe para o Ceará, do Brígida e outros para Pernambuco e do Itaim para o Piauí, a gestão dos recursos hídricos obedece em primeiro plano, a divisão territorial e hidrográfica dessas três bacias.
As bacias do rio Jaguaribe no Ceará e Brígida em Pernambuco ocupam áreas muito extensas ao longo do flanco da chapada com micro-regiões distintas.
ATRATIVOS NATURAIS
·As jazidas fossílicas do cretáceo
·Floresta Nacional do Araripe
·As grutas do Brejinho e das Corujas
·As áreas de caça e pesca
·As nascentes
·A Baía do Montevidéu
·Floresta do Sítio Nascente
VEGETAÇÃO DE CARRASCO
Andrade-Lima (1978) referiu-se a um outro tipo vegetacional xerófilo, chamado carrasco ou catanduva, ocorrendo em solos arenosos sobre chapadas contíguas à vegetação das caatingas, na bacia do rio Parnaíba (Piauí). Segundo o autor, o carrasco, pela caducifolia, seria um tipo de caatinga, mas, pela maior densidade dos indivíduos, a uniestratificação aparente e a quase ausência de cactáceas e bromeliáceas, poderia ser reconhecido como uma entidade própria. Fernandes (1990) e Fernandes & Bezerra (1990) afirmaram ser o carrasco procedente da destruição ou devastação parcial do cerradão, assumindo o aspecto de uma capoeira densa, ocorrendo nos níveis elevados e tabulares do reverso do planalto da Ibiapaba e chapada do Araripe, parecendo ocorrer também em algumas áreas na circunvizinhança da chapada Diamantina, na Bahia. Já Figueiredo (1986, 1991) referiu-se àquela vegetação como uma comunidade xerófila, arbustiva densa, com indivíduos de caules finos e muitas vezes cespitosos e alguns arbóreos, formada por espécies próprias, mas também de cerrado, de caatinga e de mata. Estas definições foram baseadas principalmente em observações fisionômicas.
O termo carrasco tem sido usado para designar diferentes tipos de vegetação do nordeste do Brasil e fora dele, abrangendo caatingas arbustivas de solos pedregosos, capoeiras (vegetação secundária) e áreas de vegetação aberta com arbustos de pequeno porte, que ocorrem nas chapadas de Minas Gerais. Meguro et al. (1994) e Pirani et al. (1994) referiram-se ao termo carrasco para designar uma vegetação com arbustos raquíticos bastante ramificados, agregados, formando moitas, variando de uma fisionomia aberta a densa, em áreas com declividade suave e deposição de areia, ocorrendo em torno de 800 a 1200 m de altitude na Serra do Ambrósio, um braço da cadeia do Espinhaço em Minas Gerais. Mas sua fisionomia e composição florística não são as mesmas do carrasco ocorrente no planalto da Ibiapaba e chapada do Araripe.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado em uma de fisionomia do Carrasco na Chapada do Araripe, no Crato - CE Crato é um município brasileiro do interior do estado do Ceará. Localiza-se no sopé da Chapada do Araripe no extremo-sul do estado e na Microrregião do Cariri, integrante da Região Metropolitana do Cariri, Área 1009.202 km² População 121462 hab. IBGE/2010 Densidade 120,35 hab./km², Clima tropical. A pluviosidade no município é de 1090,9 mm anuais,[10] com chuvas concentradas de janeiro à abril[11] com temperaturas que variam, conforme a época do ano e local, de mínimas de aproximadamente 15 °C até máximas de 35 °C. O relevo As terras do Crato fazem parte da Depressão Sertaneja, com um relevo que é constituído ao norte por formas suaves, pouco dissecadas, com maciços residuais, e a sul pela uniformidade da Chapada do Araripe. Por estar localizada no sopé de uma chapada de altitudes consideráveis (chegando a até 920m) em meio a uma área semi-árida. Os solos da região são solos podzólicos, latossolos, litólicos e solos aluviais.
Para o levantamento dos dados foram instaladas uma parcela de 250 m² (10 x 25m), alocadas sistematicamente, distando 25 m entre si, correspondendo a uma amostra muito pequena. Nas parcelas, foram amostrados apenas os indivíduos arbóreos com CNB (circunferência na base) ³ 07 cm, que receberam enumeração e tiveram os seguintes dados anotados: o CNB, mensurado com fita métrica, e a altura, pela estimativa visual, utilizando como base as hastes do podão, e também uma classificação de cobertura em três níveis, 1 pouco e médio e 3 bom ou muito.
Para análise da estrutura horizontal foram calculados os parâmetros relativos de: freqüência, densidade, dominância, valor de importância e valor de cobertura.
A identificação foi feita por especialistas da região, através da experiência dos mesmos com o bioma.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram amostrados 33 indivíduos arbóreos dentro de uma área amostral de 0,25 ha, dos quais 15 foram espécies encontradas.
No que diz respeito à altura, foram encontrados indivíduos que variavam de 2 m a 12 m e de 0,07 cm a 0,86 cm de CNB.
As duas espécies que apresentaram maior densidade, em decrescente do maior valor, na área foram: Canela de Viado ou Helietta apiculata (9,10%), e a maior Rumã Brava ou Lafoensia replicata (42,42%), com a nossa amostra tivemos como resultado a seguinte tabela:
N° | Nome Vulgar | Nome Cientifico | CNB em Centímetro | Altura em Metros | Cobertura em classificação |
1 | Não Identif. 1 | sp 1 | 07 | 3 | 1 |
2 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 16 | 2,5 | 1 |
3 | Não Identif. 2 | sp 2 | 07 | 2 | 1 |
4 | Catuaba | 08 | 2,5 | 1 | |
5 | Não Identif. 3 | sp 3 | 13 | 4 | 1 |
6 | Não Identif. 4 | sp 4 | 18 | 3 | 1 |
7 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 96 | 4,5 | 2 |
8 | Não Identif. 4 | sp 4 | 07 | 3 | 1 |
9 | Não Identif. 5 | sp 5 | 7 | 2,2 | 1 |
10 | Catuaba | 12 | 3 | 1 | |
11 | Canela de Viado | Helietta apiculata | 07 | 2 | 1 |
12 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 24 | 6 | 3 |
13 | Não Identif. 6 | sp 6 | 16 | 3 | 3 |
14 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 16 | 2,3 | 2 |
15 | Não Identif. 1 | sp 1 | 10 | 2 | 1 |
16 | Canela de Viado | Helietta apiculata | 09 | 3 | 1 |
17 | Não Identif. 7 | sp 7 | 13 | 2,1 | 1 |
18 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 52 | 7 | 3 |
19 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 67 | 5 | 3 |
20 | Não Identif. 8 | sp 8 | 66 | 5 | 3 |
21 | Arouxa | Abiurana cramuri | 58 | 6 | 2 |
22 | Canela de Viado | Helietta apiculata | 14 | 5 | 2 |
23 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 35 | 7 | 3 |
24 | Sabiá | Turdus rufiventris | 10 | 4 | 2 |
25 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 36 | 6 | 2 |
26 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 24 | 5 | 2 |
27 | Não Identif. 9 | sp 9 | 86 | 10 | 3 |
28 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 40 | 7 | 3 |
29 | Romã Brava | Lafoensia replicata | 41 | 10 | 3 |
30 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 25 | 6 | 2 |
31 | Não Identif. 10 | sp 10 | 40 | 8 | 3 |
32 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 50 | 12 | 3 |
33 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 51 | 10 | 3 |
TOTAL | 981 | 163,1 | 65 |
VISITA TÉCNICA AO CAMPO
No dia 14 fomos ate a FLONA com uns guias locais onde eles mostraram um pouco da diversidade desta reserva ecológica.
O trabalho que participei ficou responsável pelo levantamento do Micro-Bioma Carrasco.
Participantes
CAMPO (coletando as informações):
Claudio Claudino dos Santos, José Acacio Pessoa Junior, José Heliano de Lima, Haroldo Oséias de Almeida.
Sistematização (analisando os dados coletados):
Claudio Claudino dos Santos, José Acacio Pessoa Junior, José Heliano de Lima, Haroldo Oséias de Almeida, Edjane Andrade Silva de Souza, Vania Freitas de Oliveira, Vanessa Sandrelle de Freitas Barros
Levantamento de Dados
Durante 2 horas a equipe de campo coletou informações sobre o Carrasco, que marcamos geograficamente os seis dados:
Área: | 25 x 10 = 250² | Observação |
Longitude | -39°32’48” | Estes dados foram coletados no local com a ajuda de um GPS, e o tamanho da área foi a parcela que foi tirada a amostra de espécies. |
Latitude | -07°17’51” | |
Altitude | 925.80 metros | |
Direção | 120.3 |
Dados Sistematizados:
Numero de Espécies Coletadas | ||||
Nome | Freqüência | Freqüência Acumulada | Freqüência relativa | Outras informações |
Arrouxa | 1 | 1 | 3,03 |
|
Sabiá | 1 | 2 | 3,03 |
|
Sp 10 | 1 | 3 | 3,03 |
|
Sp 2 | 1 | 4 | 3,03 |
|
Sp 3 | 1 | 5 | 3,03 |
|
Sp 5 | 1 | 6 | 3,03 |
|
Sp 6 | 1 | 7 | 3,03 |
|
Sp 7 | 1 | 8 | 3,03 |
|
Sp 8 | 1 | 9 | 3,03 |
|
Sp 9 | 1 | 10 | 3,03 |
|
Catuaba | 2 | 12 | 6,06 | Numero médio por espécies 2,2 |
Sp 1 | 2 | 14 | 6,06 | |
Sp 4 | 2 | 16 | 6,06 | |
Canela de Viado | 3 | 19 | 9,10 |
|
Rumã Brava | 14 | 33 | 42,42 | PREDOMINANTE |
TOTAL | 33 | --- | 100 |
|
Dados da Circunferência da Base - CNB | ||||
Nome | Freqüência CNB | Freqüência Acumulada | Freqüência relativa (%) | Outras informações |
SP* 2 | 07 | 07 | 0,71 |
|
SP* 5 | 07 | 14 | 0,71 |
|
Sabiá | 10 | 24 | 1,02 |
|
SP* 3 | 13 | 37 | 1,33 |
|
SP* 7 | 13 | 50 | 1,33 |
|
SP* 6 | 16 | 66 | 1,63 |
|
SP* 1 | 17 | 83 | 1,73 |
|
Catuaba | 20 | 103 | 2,04 |
|
SP* 4 | 25 | 128 | 2,55 |
|
Canela de Viado | 30 | 158 | 3,06 |
|
SP* 10** | 40 | 198 | 4,08 |
|
Arouxa | 58 | 256 | 5,91 | Numero de CNB por espécies 65,4 |
SP* 8 | 66 | 322 | 6,73 | |
SP* 9 | 86 | 408 | 8,76 | |
Rumã Brava | 573 | 981 | 58,41 | PREDOMINANTE |
TOTAL | 981 | --- | 100 |
|
Numero de Cobertura das Espécies Coletadas | ||||
Nome | Freqüência | Freqüência Acumulada | Freqüência relativa | Outras informações |
Sp 2 | 1 | 1 | 1,54 |
|
Sp 3 | 1 | 2 | 1,54 |
|
Sp 5 | 1 | 3 | 1,54 |
|
Sp 7 | 1 | 4 | 1,54 |
|
Arrouxa | 2 | 6 | 3,07 |
|
Sabiá | 2 | 8 | 3,07 |
|
Catuaba | 2 | 10 | 3,07 |
|
Sp 1 | 2 | 12 | 3,07 |
|
Sp 4 | 2 | 14 | 3,07 |
|
Sp 10 | 3 | 17 | 4,63 |
|
Sp 6 | 3 | 20 | 4,63 |
|
Sp 8 | 3 | 23 | 4,63 | Numero médio das espécies 4,33 |
Sp 9 | 3 | 26 | 4,63 | |
Canela de Viado | 4 | 30 | 6,13 | |
Rumã Brava | 35 | 65 | 53,84 | PREDOMINANTE |
TOTAL | 65 | --- | 100 |
|
Altura das Espécies Coletadas | ||||
Nome | Freqüência | Freqüência Acumulada | Freqüência relativa (%) | Outras informações |
Sabiá | 2 | 2 | 1,24 |
|
Sp 2 | 2 | 4 | 1,24 |
|
Sp 7 | 2,1 | 6,1 | 1,3 |
|
Sp 5 | 2,2 | 8,3 | 1,37 |
|
Sp 6 | 3 | 11,3 | 1,86 |
|
Sp 3 | 4 | 15,3 | 2,48 | Altura media 4,88 |
Sp 8 | 5 | 20,3 | 3,1 | |
Sp 1 | 5 | 25,3 | 3,1 | |
Catuaba | 5,5 | 30,8 | 3,41 |
|
Arouxa | 6 | 36,8 | 3,72 |
|
Sp 4 | 6 | 42,8 | 3,72 |
|
Sp 10 | 8 | 50,8 | 4,97 |
|
Sp 9 | 10 | 60,8 | 6,2 |
|
Canela de Viado | 10 | 70,8 | 6,2 |
|
Rumã Brava | 90,3 | 161,1 | 56,09 | PREDOMINANTE |
TOTAL | 161,1 | --- | 100 |
|
CONCLUSÕES
Podemos concluir que o os resultados obtidos ainda são muito incipiente, tendo em vista, que a amostra corresponde a menos de 1% do universo amostral (“Carrasco”) mas que eles nos permitiram obter uma base sobre o aspecto estrutural do fragmento “Carrasco” servindo como subsidio para outros eventuais trabalhos na área de estrutura de vegetação e manejo florestal, visando à conservação e preservação.
Ultima Análise que realizamos das espécies, a Rumã Brava (Lafoensia replicata) tem a predominância da área, em cobertura, em numero de espécies, de CNB e Altura. A Lafoensia replicata, tem uma importância para a parcela de mais de 50%, isso mostra que é uma especia totalmente local e adaptada ao ambiente que encontramos.
REFERÊNCIAS
http://geoparkararipe.blogspot.com/
http://www.ibama.gov.br/recursosflorestais/araripe.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Floresta_Nacional_do_Araripe-Apodi
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