Alunos do curso de Gestão Ambiental, no 2º Período em 2010 da Faculdade Escritor Osman Lins - FACOL

INTRODUÇÃO
FLORESTA NACIONAL DO ARARIPE, Em 02 de maio de 1946, foi publicado pelo Governo Federal o Decreto 9.226, está localizada no coração do Nordeste e abrange uma área de 1.063.000 hectares, sendo 47% no estado do Ceará (15 municípios), 36% no estado do Pernambuco (12 municípios) e 17% no estado do Piauí (11 municípios). No Ceará abrange 15 municípios (Missão velha, Abaiara, Brejo Santo, Porteira, Jardim, Jati, Penaforte, Barbalha, Crato, Nova Olinda, Santana do cariri, araripe, Potengi, Campos Sales e Salitre).
A área compreende quatro zonas fisiográficas e sócio-econômicas bem definidas, contendo 38 municípios que temos a TOPO DA CHAPADA - exige cuidados especiais. A irrigação não constitui uma solução viável por várias razões. A técnica a ser adotada nesse espaço é “a lavoura seca”, com a eleição de culturas pouco exigentes ou adaptadas a escassez de água (mandioca, andu, caju, abacaxi, gegilim, urucum etc), Depois a ZONA DE ESCARPA - considerada por lei Área de Preservação Permanente – APP, comporta uma única exploração permitida: a apicultura. A outra Zona é a PÉ DA SERRA - estão as nascentes e os minadouros, cacimbas, rios, riachos e boqueirões, propícios a construção de pequenos reservatórios de água. Em suas várzeas e baixos situam-se mais de 16 mil hectares de canaviais, com engenhos de rapadura, aguardente e uma usina de açúcar e álcool, além de arrozais. A região também é produtora de feijão e milho e estão também as maiores fazendas dedicadas à pecuária. Pelo seu clima, pelo potencial hídrico, proximidade dos centros consumidores e por sua malha rodoviária, a zona é também vocacionada para a horticultura e fruticultura. E a ultima zona fisiográfica o SERTÃO - constitui a zona menos úmida da APA e se estende para muito além de seus territórios. Sua vocação principal é para a pecuária, em especial ovinocaprino, pois esta zona suporta apenas culturas menos exigentes em água ou adaptadas às condições de semi-aridez. Bem na sua base maior estende-se sobre o platô da Chapada nos pontos convergentes dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Relativamente bem servida de estradas, a área da APA é cortada por duas rodovias federais e duas estaduais. Sua malha rodoviária inclui ainda uma série de estradas secundárias. A APA dista cerca de 700Km das principais capitais do Nordeste e pode ser alcançada por via aérea.
E a nossa visita ao local, tem uma importância muito grande para a nossa formação como gestor ambiental, onde sempre estamos em processo de aprendizado e a Chapada do Araripe tem particularidades que deixa o gestor ambiental muito inteirado das fisionomias e dos biomas existentes, sabendo classificar, como também diferenciar, outro ponto foi a iniciação fitossociológica de parcelas, com o levantamento de espécies, tudo isso para a formação do gestor ambiental. O nosso objetivo é aprender algumas técnicas de levantamento fitossociológico, parcelamento, identificação de espécies e também voltar ao mesmo local algum tempo depois e analisar os dados coletados.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
O trabalho foi realizado em uma de fisionomia do Carrasco na Chapada do Araripe, no Crato - CE. Localiza-se na Chapada do Araripe no extremo-sul do estado e na Microrregião do Cariri, integrante da Região Metropolitana do Cariri, Área 1009.202 km² População 121462 hab. IBGE/2010 Densidade 120,35 hab./km², Clima tropical. A pluviosidade no município é de 1090,9 mm anuais, com chuvas concentradas de janeiro à abril com temperaturas que variam, conforme a época do ano e local, de mínimas de aproximadamente 15 °C até máximas de 35 °C. O relevo As terras do Crato fazem parte da Depressão Sertaneja, com um relevo que é constituído ao norte por formas suaves, pouco dissecadas, com maciços residuais, e a sul pela uniformidade da Chapada do Araripe. Por estar localizada no sopé de uma chapada de altitudes consideráveis (chegando a até 920m) em meio a uma área semi-árida. Os solos da região são solos podzólicos, latossolos, litólicos e solos aluviais. A vegetação da Chapada do Araripe apresenta 07 unidades fitoecológicas: Floresta Subperenifólia Tropical Pluvial-Nebular (Matas úmidas, serranas), Floresta Subcaducifolia Tropical Pluvial (Matas secas, Floresta Subcaducifólia Xeromorfa (Cerradão), Floresta Caducifólia Espinhosa (Caatinga arbórea), Floresta Ribeirinha (Mata Ciliar), Carrasco, Cerrado. A fissionomis estudada em nosso trabalho foi VEGETAÇÃO DE CARRASCO, que Andrade-Lima (1978) referiu-se a um outro tipo vegetacional xerófilo, chamado carrasco ou catanduva, ocorrendo em solos arenosos sobre chapadas contíguas à vegetação das caatingas, na bacia do rio Parnaíba (Piauí). Segundo o autor, o carrasco, pela caducifolia, seria um tipo de caatinga, mas, pela maior densidade dos indivíduos, a uniestratificação aparente e a quase ausência de cactáceas e bromeliáceas, poderia ser reconhecido como uma entidade própria. Fernandes (1990) e Fernandes & Bezerra (1990) afirmaram ser o carrasco procedente da destruição ou devastação parcial do cerradão, assumindo o aspecto de uma capoeira densa, ocorrendo nos níveis elevados e tabulares do reverso do planalto da Ibiapaba e chapada do Araripe, parecendo ocorrer também em algumas áreas na circunvizinhança da chapada Diamantina, na Bahia. Já Figueiredo (1986, 1991) referiu-se àquela vegetação como uma comunidade xerófila, arbustiva densa, com indivíduos de caules finos e muitas vezes cespitosos e alguns arbóreos, formada por espécies próprias, mas também de cerrado, de caatinga e de mata. Estas definições foram baseadas principalmente em observações fisionômicas.
Amostragem/identificação
Para o levantamento dos dados foi instaladas uma parcela de Área: 25 x 10 = 250² de Longitude -39°32’48” e Latitude -07°17’51”, com Altitude de 925.80 metros, na Direção 120.3, alocadas sistematicamente, distando 25 m entre si, correspondendo a uma amostra muito pequena. Nas parcelas, foram amostrados apenas os indivíduos arbóreos com CNB (circunferência na base) ³ 07 cm, que receberam enumeração e tiveram os seguintes dados anotados: o CNB, mensurado com fita métrica, e a altura, pela estimativa visual, utilizando como base as hastes do podão, e também uma classificação de cobertura em três níveis, 1 pouco e 2 para médio e 3 bom ou muito. Para análise da estrutura horizontal foram calculados os parâmetros relativos de: freqüência, densidade, dominância, valor de importância e valor de cobertura. A identificação foi feita por especialistas da região, através da experiência dos mesmos com o bioma. Que foi dividida em duas equipes, de campo e sistematização, Participantes CAMPO: Claudio, José Acácio, José Heliano, Haroldo. Sistematização: Claudio, José Acácio, José Heliano, Haroldo, Edjane, Vânia Freitas, Vanessa Sandrelle.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram amostrados 33 indivíduos arbóreos dentro de uma área amostral de 0,25 ha, dos quais 15 foram espécies encontradas.
No que diz respeito à altura, foram encontrados indivíduos que variavam de 2 m a 12 m e de 0,07 cm a 0,86 cm de CNB.
As duas espécies que apresentaram maior densidade, em decrescente do maior valor, na área foram: Canela de Viado ou Helietta apiculata (9,10%), e a maior Rumã Brava ou Lafoensia replicata (42,42%), com a nossa amostra tivemos como resultado a seguinte tabela e graficos:
N° de ordem | Nome Vulgar | Nome Cientifico | CNB em (cm) | Altura Metros | Cobertura |
Desconhecido 1 | |||||
1 | Não Identif. 1 | sp 1 | 07 | 3 | 1 |
15 | Não Identif. 1 | sp 1 | 10 | 2 | 1 |
Lythraceae | |||||
2 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 16 | 2,5 | 1 |
7 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 96 | 4,5 | 2 |
12 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 24 | 6 | 3 |
14 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 16 | 2,3 | 2 |
19 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 67 | 5 | 3 |
18 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 52 | 7 | 3 |
23 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 35 | 7 | 3 |
25 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 36 | 6 | 2 |
26 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 24 | 5 | 2 |
28 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 40 | 7 | 3 |
29 | Romã Brava | Lafoensia replicata | 41 | 10 | 3 |
30 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 25 | 6 | 2 |
32 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 50 | 12 | 3 |
33 | Rumã Brava | Lafoensia replicata | 51 | 10 | 3 |
Desconhecido 2 | |||||
3 | Não Identif. 2 | sp 2 | 07 | 2 | 1 |
Malvaceae | |||||
4 | Catuaba | 08 | 2,5 | 1 | |
10 | Catuaba | 12 | 3 | 1 | |
Desconhecido 3 | |||||
5 | Não Identif. 3 | sp 3 | 13 | 4 | 1 |
Desconhecido 4 | |||||
6 | Não Identif. 4 | sp 4 | 18 | 3 | 1 |
8 | Não Identif. 4 | sp 4 | 07 | 3 | 1 |
Desconhecido 5 | |||||
9 | Não Identif. 5 | sp 5 | 7 | 2,2 | 1 |
Rutaceae | |||||
11 | Canela de Viado | Helietta apiculata | 07 | 2 | 1 |
16 | Canela de Viado | Helietta apiculata | 09 | 3 | 1 |
22 | Canela de Viado | Helietta apiculata | 14 | 5 | 2 |
Desconhecido 6 | |||||
13 | Não Identif. 6 | sp 6 | 16 | 3 | 3 |
Desconhecido 7 | |||||
17 | Não Identif. 7 | sp 7 | 13 | 2,1 | 1 |
Desconhecido 8 | |||||
20 | Não Identif. 8 | sp 8 | 66 | 5 | 3 |
Sapotaceae | |||||
21 | Arouxa | Abiurana cramuri | 58 | 6 | 2 |
Turdidae | |||||
24 | Sabiá | Turdus rufiventris | 10 | 4 | 2 |
Desconhecido 9 | |||||
27 | Não Identif. 9 | sp 9 | 86 | 10 | 3 |
Desconhecido 10 | |||||
31 | Não Identif. 10 | sp 10 | 40 | 8 | 3 |
CONCLUSÕES
Podemos concluir que o os resultados obtidos ainda são muito incipiente, tendo em vista, que a amostra corresponde a menos de 1% do universo amostral (“Carrasco”), mas que eles nos permitiram obter uma base sobre o aspecto estrutural do fragmento “Carrasco” servindo como subsidio para outros eventuais trabalhos na área de estrutura de vegetação e manejo florestal, visando à conservação e preservação.
Ultima Análise que realizamos das espécies, a Rumã Brava (Lafoensia replicata) tem a predominância da área, em cobertura, em numero de espécies, de CNB e Altura. A Lafoensia replicata, tem uma importância para a parcela de mais de 50%, isso mostra que é uma espécie totalmente local e adaptada a fissionomia do Carrasco.
REFERÊNCIAS
ANDRADE-LIMA, D. de. 1978. Vegetação. In Bacia do Parnaíba: aspectos fisiográficos (R.C. Lins, ed.). Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, Recife, p.131-135. (Série estudos e pesquisas, 9).
COSTA JUNIOR, Roberto Felix, Florística Arbórea Preliminar de um Remanescente de Mata Atlântica, Catende – PE, 1999. 139 f. Tese (Mestrado do Programa em Pós-Graduação em Ciências Florestais/UFRPE) – Universidade Federal Rural de Pernambuco.
FERNANDES, A. & BEZERRA, P. 1990. Estudo fitogeográfico do Brasil. Stylos Comunicações, Fortaleza.
FERNANDES, A. 1990. Temas fitogeográficos. Stylos Comunicações, Fortaleza.
FIGUEIREDO, M.A. 1986. Vegetação. In SUDEC. Atlas do Ceará, Fortaleza, p.24-25.FIGUEIREDO, M.A. 1991. A cobertura vegetal do estado do Ceará e as condições ambientais. Tese de professor titular, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
GEOPARKARARIPE. Disponível em http://geoparkararipe.blogspot.com/. Consultado em 10/12/2010
IBAMA, Disponível em http://www.ibama.gov.br/recursosflorestais/araripe.htm. Consultado em 10/12/2010
IBGE, Disponível em
WIKIPEDIA, Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Floresta_Nacional_do_Araripe-Apodi, http://pt.wikipedia.org/wiki/SNUC, http://pt.wikipedia.org/wiki/Chapada_do_Araripe. Consultado em 10/12/2010
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